Outubro
Outubro Rosa e a Psicologia
Como o câncer de mama acomete num importante órgão do corpo feminino, adquirir uma doença nesse órgão interfere no processo de simbolização da mulher enquanto ser feminino.
Inspirada pelas palavras de Leandro Karnal: “O monte Everest está cheio de cadáveres motivados, pró ativos e que saíram da zona de conforto".
Motivação, sair da zona de conforto, você pode tudo “desde que queira”, são palavras-chave para os motivadores profissionais. Me lembro do técnico da seleção de vôlei Bernardinho dizendo: “O que faz com que o atleta levante de madrugada e fique horas treinando, não é a motivação é a disciplina, a regularidade!”.
Não é um erro motivarmos as pessoas, mas a motivação é flutuante. Quando se lida com pessoas, temos que ter claro que protocolos não servem pra todo mundo, as pessoas são seres únicos com muitas nuances que podem não se adaptar, não porque a técnica seja ruim, mas porque pode não ser boa pra ela!
Palavras motivacionais podem ser destravadoras para uns e âncoras para outros.
É óbvio que não existem vítimas ou algozes nessas questões, existem sim, uma complementaridade oposta, onde um lado quer atingir resultados imediatos com uma fórmula mágica e o outro que quer entregar essa fórmula.
Sempre digo, que vivemos numa era fast, não nos atentamos para o processo e sim para o resultado e perdemos a melhor fase, que é o durante, é onde as coisas vão sendo construídas, analisadas, reconhecidas e processadas até chegarem ao resultado.
Não existe método bom ou ruim, existe aquele que se adapta a pessoa. Tenho ouvido muita gente falar: “se não deu certo é porque você não fez direito, em alguma coisa você falhou…”. Isso não é verdade!
Como técnicos, terapeutas e como clientes temos que nos atentar para os limites, para o entorno, para história de vida de cada um, para a fisiologia, para a psiquê. São esses fatores que em conjunto é que irão nos fazer chegar ou não.
E para isso, é extremamente importante o autoconhecimento.
Como exemplo, cito o crescimento das cirurgias bariátricas. O desejo em possuir um corpo do tipo “instagram” e não valorizar e cuidar do que já tenho.
Vai-se para a cirurgia, perdendo toda uma construção de autoconhecimento, autocuidado, todo o processo de lutas e vitórias contra o desejo de comer… e com isso sair mais fortalecido. Não queremos nem esperar, nem nos frustrar e com isso sair mais fortalecidos, ao contrário, pagamos o preço com os efeitos colaterais e desadaptação emocional com esse novo corpo.
Nas empresas também vemos isso, que é colaborado pela postura de imediatismo das startups, jovens (não vindo ao caso discutir o perfil da geração Y) que vislumbram carreiras meteóricas com grandes salários em curtos espaços de tempo, esquecendo-se que há um processo muito importante que vai fazê-los alcançar tudo isso que é a maturidade. Maturidade essa que vem com o esperar, lutar, processar e que aí sim, fará sua carreira ser mais sólida.
Como estamos na era da neuropsicologia, há muita gente falando sobre isso, até mesmo quem não é da área (mas aqui não cabe a crítica). Sabemos que tudo no nosso cérebro é um processo: os hábitos, os padrões mentais, eles são adquiridos após análise e repetição. Portanto as coisas não se instalam de uma hora para outra. Tudo em nós é um processo. Não dormimos sãos e acordamos doente.
Para aprender, o cérebro tem toda uma construção e análise, que inclusive necessita do sono para ser concluída.
Com tudo isso, vivemos em uma época com pessoas extremamente ansiosas, trabalhando insanamente, com problemas de sono, depressão e ataques de ansiedade. Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil é o país com o maior número de casos de pessoas que sofrem de ansiedade no mundo, o que contabiliza cerca de 9,3% da população e ainda 5,8% dos brasileiros sofrem de depressão. Temos que parar isso, precisamos resgatar nosso eu e parar de brigar com o tempo.
Apropriar-se da vida, pois quando você chegar próximo ao fim dela, vai perceber que deixou de viver muitas coisas e não poderá mais voltar no tempo.
Viva com consistência, treine sua paciência, aprenda a estar totalmente presente (mindfulness), exerça todos os seus papéis: de pai/mãe, profissional, de amigo, de marido/esposa, etc. pois a vivência de todos eles é que vai te aproximar da saúde mental, pois um dá suporte ao outro.
Seja você aquele que percebe e aja e não se deixe levar pelo ritmo.
Confira meu vídeo no Youtube com este tema:
Como o câncer de mama acomete num importante órgão do corpo feminino, adquirir uma doença nesse órgão interfere no processo de simbolização da mulher enquanto ser feminino.
Entrevista cedida pela psicóloga Branca Frias para o portal Bolsa de mulher - jornalista Bianca de Souza
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